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Sincor participou de importante painel na Expointer: “Os desafios do agronegócio frente às mudanças climáticas e subvenção federal do Seguro Rural”

Foto: Fabiane Pereira/Comunicação OAB/RS

Na terça-feira, 27 de agosto, o painel “Agronegócio e os desafios: Mudanças climáticas e subvenção federal do Seguro Rural (PSR)” foi realizado no Parque Assis Brasil, em Esteio, durante a Expointer 2024. O evento aconteceu no espaço do Canal Rural, em parceria com a OAB-RS, e reuniu especialistas para discutir os impactos das mudanças climáticas no agronegócio e a importância da subvenção federal do seguro rural para a sustentabilidade do setor.


A secretária-geral adjunta da Comissão Especial de Seguros e Previdência Complementar (CESPC) da OAB-RS, Jaqueline Wichineski dos Santos, mediou o painel, destacando o papel crucial dos agricultores familiares na economia do estado e na capacidade de resiliência do Rio Grande do Sul, após os desastres climáticos de maio. Ela guiou a discussão com perguntas direcionadas aos participantes, promovendo uma análise profunda sobre os desafios enfrentados no meio rural.


Ricardo Eisnfeld Villar, presidente da CESPC da OAB-RS, iniciou sua fala ressaltando a relevância do seguro agrícola, que é o único seguro previsto na Constituição Federal, e sua função essencial para a segurança alimentar do país. Segundo Villar, o seguro agrícola pode ser visto como uma política pública que oferece proteção aos produtores rurais em momentos de crise, destacando que, na recente tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, muitos agricultores não foram indenizados por falta de cobertura específica para alagamentos e inundações. “As pessoas foram surpreendidas, e isso serve para nos chamar atenção”.


Alexandre Scheifler, diretor de Ações Integradas da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SEDR) do Governo do Estado do RS, abordou a vulnerabilidade do setor agrícola, lembrando que a agricultura representa 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. Ele destacou que o Rio Grande do Sul possui 600 mil propriedades rurais, das quais 400 mil são de agricultura familiar, um segmento que pode ficar sem renda durante todo o ano em caso de perda de safra. Scheifler enfatizou a importância de garantir que os produtores rurais tenham acesso a seguros que cubram suas atividades, principalmente, em relação ao clima.


Rodrigo Sousa Costa, presidente da Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul), reforçou a interdependência entre a economia e o agronegócio, destacando que a confiança é fundamental para o funcionamento do mercado. Costa revelou ainda que integra atualmente, um grupo de 50 grandes produtores rurais que se uniram para criar redes de apoio mútuo. Ele ressaltou a necessidade de as seguradoras fortalecerem sua relação com os produtores, oferecendo coberturas que realmente atendam às suas necessidades.


André Thozeski, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do RS (Sincor-RS), concluiu o painel com uma análise sobre a necessidade de inovação no mercado de seguros agrícolas. Ele comparou a evolução do seguro automotivo, que já incorpora tecnologias avançadas, com a situação do seguro agrícola, indicando que este também precisa ser modernizado para atender melhor às demandas específicas dos produtores. Thozeski apresentou dados sobre as indenizações pagas após a recente tragédia no Rio Grande do Sul, destacando que, até 31 de julho, foram desembolsados R$ 5,6 bilhões, dos quais R$ 178 milhões foram destinados à segurança agrícola (além dos R$ 1,2 bilhões em indenizações de automóveis, R$ 817 milhões a riscos de empresas e transportes, R$ 563 milhões a residências e habitacional). Ele ressaltou que o mercado de seguros representa 4% do PIB do estado e que há potencial para crescimento se houver uma mudança de mentalidade. Ainda, relatou que em 2023 no país o setor de seguros privado indenizou/devolveu à sociedade mais de R$ 467 bilhões em indenizações e benefícios, conta com mais de R$ 2,2 trilhões em ativos (financia 26% da dívida pública), representa mais de 6,2% do PIB, é formado por 914 operadoras de planos de saúde, 34 seguradoras, 19 companhias de capitalização, 13 entidades abertas de previdência, emprega mais de 264 mil trabalhadores. Os Corretores são mais de 135 mil no país (8300 no RS), empregando mais de 250 mil trabalhadores.


O painel realizado dentro da Expointer 2024 reforçou a importância de um debate contínuo sobre as políticas de segurança agrícola, especialmente face às mudanças climáticas. A discussão destacou a necessidade de adaptação tanto por parte dos produtores rurais quanto pelo mercado segurador,

visando garantir a sustentabilidade do agronegócio no Rio Grande do Sul e em todo país.


Fonte: SeguroGaúcho